poética
do corpo
Dança-teatro, dança com teatro, dança que engloba
elementos do teatro. A necessidade de se entender a dramaturgia do corpo existe
desde que o homem começou a dançar e expressar sentimentos usando o corpo. O
teatro e a dança sempre se relacionaram.
No século 19, por exemplo, os chamados balés de
repertório contavam suas lendas e contos de fadas lançando mão de linhas de
roteiro. Quando somente a dança não resolvia a situação dramática, recorria-se
à pantomima e à mímica, técnicas tipicamente teatrais. Por outro lado, no
século 20, é fato que algo realmente novo ocorreu dentro dessa relação.
A dança procurou o seu moderno de maneira
metalinguística, por assim dizer. Dançar para falar de dança. As técnicas e as
composições evidenciavam o lugar do corpo no espaço, criavam passos, deixando
de fora a teatralidade até então habitual. Porém, a partir da segunda metade
deste século, a vanguarda mais uma vez devorou a si mesma e, como nos
movimentos do pêndulo de um relógio, a dança voltou a tocar o teatro.
Segundo a crítica de dança Helena Katz: “Surgiram
pessoas que começaram a trabalhar nas intersecções entre dança e teatro de
variadas maneiras: contando histórias e partindo de textos. Porém, trazendo
para o corpo uma dramaticidade específica da dança, e não do teatro”.
Atualmente o debate gira em torno de como ocorre o
hibridismo entre dança e teatro. Estes trabalhos corporais que se preocupam em
discutir as formas de contaminação presentes no mundo fazem parte da chamada
dança contemporânea. E, por ser tão vibrante e nova, os trabalhos que misturam
as linguagens corporais estão afeitos a muita experimentação. Aliás,
experimentar é uma das palavras-chaves da dança contemporânea.
(Baseada em matéria divulgada pela revista
SESC/São Paulo. O Corpo é Texto?. Revista Sesc/São Paulo – outubro, 2000, n. 3,
ano7, mensal. http://www.conexaodanca.art.br
fotografia: Murilo Basso
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