Artur Gomes – 2023 – 50 Anos de
Poesia – Memória e
Resistência – Uma Trajetória Multilinguagens
Em 1980 escrevi e publiquei a primeira edição do livro O
Boi-Pintadinho com prefácio de Osório Peixoto. Logo depois seus textos, poemas
e letras de cantorias foram adaptadas para o Auto do Boi-Pintadinho – Teatro de
Rua - que até 1987 percorreu as ruas, praças, becos, quadras de esportes e
estádios de futebol em Campos dos Goytacazes.
No elenco para a sua primeira incursão pelas ruas, foi formado
por alguns alunos da Oficina de Teatro da ETFC, alguns componentes da Banda
Marcial e algumas pessoas envolvidas com Teatro na cidade, como: Pavuna,
Ferrugem, Guilherme Freitas, Amauri Joviano, e Gina Ruelles. Além da rua, em
1980 fizemos também uma apresentação no Teatro de Bolso, tendo com trilha
sonora a música Admirável Gado Novo, de Zé Ramalho. A partir de 1981, todo
elenco passou a ser formado por alunos e alunas da Oficina de Teatro da ETFC.
Em 1981, com Boi-Pintadinho, parceria com Paulo Ciranda,
vencemos o Festival de Música de Miracema-RJ.
Em 1987, em homenagem a Eleição de Luciano D´Ângelo para a
direção da Escola, encenamos no Ginásio de Esportes a Ciranda do Boi Cósmico,
com alguns elementos em sua concepção criados pelo professor, Marcos Maciel, no
laboratório de eletrotécnica e um cenário de lâminas de papel krafit criado por
Genilson Soares, os famosos pênis voadores, que desciam do teto do Ginásio até
o chão, o que levou alguns funcionários e professores, a entrarem em estado de
surto.
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fosse quântico esse dia
calmo claro intenso inteiro
20 de fevereiro
sendo assim esperaria
mesmo que em meio a tarde
TROVOADAS tempestades
insanidades guerras frias
iniqüidade
angústia
agonia
mesmo assim esperaria
20 horas
20 noites
20 anos
20 dias
até quando esperaria?
até que alguém percebesse
que mesmo matando o amor
o amor não morreria
Artur Gomes
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Bolero Blue
beber
desse conhac em tua boca
para matar a febre
nas entranhas entredentes
indecente
é a forma que te como
bebo ou calo
e se não falo quando quero
na balada ou no bolero
não é por falta de desejo
é
que a fome desse beijo
furta qualquer palavra presa
como caça indefesa
dentro da carne que não sai
Artur Gomes
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