sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Por Onde Andará Macunaíma?

MACUCO

 

quando cheguei por aqui

só vi aipim abacaxi

não entendi a palavra pássaro

pássara passado passará

o tempo passa

e não entendia a lentidão

das pessoas

que não entendem poesia

e ainda não entendo

o corpo que pensa

só cabeça tronco membros

o corpo passa o corpo dança o corpo anda

mas no Macuco não pensa

no Macuco não dança

e eu que venho de longe

dos desejos imortais do serAfim

eu me pergunto:

qual o desejo qual o sentido de um povo ser assim?

 

obs.: na foto não é um macuco, porque aqui está em extinção, é uma garça na boca lutando pela sobrevivência, para também não entrar na lista dos pássaros em extinção.

 

Artur Gomes
Fulinaíma MultiProjetos
fulinaima@gmail.com
(22)99815-1268 – whatsapp

@fulinaima @artur.gumes – instagram 


Goytacá Boy 
musicado e cantado por Naiman 
no CD fulinaíma sax blues poesia 

ando por São Paulo meio Araraquara 
a pele índia do meu corpo 
concha de sangue em tua veia 
sangrada ao sol na carne clara 

juntei meu goytacá teu guarani 
tupy or not tupy 
não foi a língua que ouvi 
em tua boca caiçara 

para falar para lamber para lembrar 
da sua língua arco íris litoral 
como colar de uiara 
é que eu choro como a chuva curuminha 
mineral da mais profunda 
lágrima que mãe chorara 

para roçar para provar para tocar 
na sua pele urucum de carne e osso 
a minha língua tara 
sonha cumer do teu almoço 
e ainda como um doido curuminha 
a lamber o chão que restou da Guanabara 
 

Artur Gomes

livro Juras Secretas

Editora Penalux 2018 

Musicado e gravado por Naiman no CD Fulinaíma Sax Blues Poesia (2022)

Na  minha voz integra a Mostra Virtual de vídeopoemas do Projeto Bossa Criativa – Arte de Toda Gente – FUNARTE Rio – 2021 – curadoria de Tchello d´Barros

 Remix Fulinaímico

https://www.youtube.com/watch?v=6jyd3OkwMUI

o vôo
de Heras
EvoEros

enquanto espero

outras Eras

primasVeras nesse quase verão/inverno

que me tire desse purgatório

 nó da gravata

 quase mesmo inferno

nos abismos desse terno

recortado por Gamboa

mas não sou Pessoa

dessa pedra Itabira

esse pó quase me pira

muritiba muquirana

Itabapoana não me engana

Macunaína ainda vive

nas favelas de Copacabana

  

Federico Baudelaire

leia mais no blog

Drummundana Itabirina

https://uilconpereira.blogspot.com/

essa dica não é minha

dia 11 de outubro

a Nação Goytacá

vai Balburdiar

na CasAmarÉlinha

 

V(l)er mais no blog

https://fulinaimargem.blogspot.com/

              jogo de dadaísta

não sou iluminista/nem pretender

eu quero o cravo e a rosa

cumer o verso e a prosa

devorar a lírica a métrica

a carne da musa

seja branca/negra

amar/ela vermelha verde

ou cafusa

eu sou do mato curupira carrapato

eu sou da febre sou dos ossos

sou da lira do delírio

e virgílio é o meu sócio

pernambuco amaralina

vida leve ou sempre/vida severina

sendo mulher ou só menina

que sendo santa prostituta

ou cafetina

devorar é minha sina

profanar é o meu negócio

 

Artur Gomes

Juras Secretas

leia mais no blog

https://secretasjuras.blogspot.com/

 

clique no link para v(l)er o vídeo filmado em Gargaú por Letícia Rcha com trilha sonora de Fil Buc

https://www.youtube.com/watch?v=szABRGqMqH8&t=10s

No próximo vinte e dois deste setembro dois mil e vinte e cinco finco os olhos na tela do ArteCult.com para v(l)er por onde andará Macunaíma?, coluna assinada pelo “bardo da cacomanga”. E por onde andará Macunaíma? Pelo polo sul ou norte? Ainda andará nos traços a lápis de José César Castro, o fógrafo/desenhista que não é casto?  Talvez com um pouco de sorte nos encontremos com ele naquela preguiça boa, escre/vivendo/falando poesia pelo litoral de São Francisco onde Itabapoana agora é pedra que voa.

E atenção jovens de Campos dos Goytacazes e região, no dia 27 deste na Casa de Cultura Villa Maria, você tem um encontro marcado com o Encontro Literário – Jovens Em Movimento – estejam atentos estejam alertas - mexam-se leiam pois só o conhecimento liberta  

Artur Gomes (Campos dos Goytacazes-RJ, 1948) é poeta, ator, produtor cultural e vídeo maker, com mais de cinco décadas de intensa atuação nas artes. Criador de projetos que marcaram a cena literária e audiovisual brasileira, como o FestCampos de Poesia Falada e a Mostra Visual de Poesia Brasileira, Artur construiu uma trajetória que une poesia, performance e experimentação multimídia.

Em 2019, lançou o Sarau Balbúrdia PoÉtica, que se tornou um espaço vibrante de celebração da poesia falada e da performance, circulando por cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Cabo Frio e Campos dos Goytacazes. O projeto já realizou onze edições, incluindo participações em eventos de grande destaque, como a Bienal do Livro de Campos, e contou com apoio de instituições culturais e do portal ArteCult.com

Autor de mais de 15 livros publicados, entre eles Juras Secretas (2018), Pátria A(r)mada (2019, Prêmio Oswald de Andrade/UBE-Rio) e O Homem Com a Flor na Boca (2023), e Itabapoana Pedra Pássaro Poema (2025). Artur segue produzindo intensamente e difundindo a literatura contemporânea. Mantém o blog Nação Goytacá, https://arturgumes.blogspot.com/

 onde reúne a série TransPoÉticas – Coletânea de Poetas Vivos, reafirmando seu papel como articulador cultural e voz ativa da poesia brasileira.


Fulinaíma MultiProjetos

22 99815-1268 – zap

@fulinaima @artur.gumes – instagram

fulinaima@gmail.com

arturgomes@artecult.com

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Subversões PóEticas

gigante adormecido

 

a burguesia fede os industriais da fiesp o PCC faria lima a grande imprensa corporativa o conglomerado capitalista do gigante adormecido não suporta o Partido dos Trabalhadores muito menos um ex-metalúgico presitente ou uma ex-guerriheira presidenta a vontade  deles é  que todos nós sejamos metralhados como deseja o ex-genopresidentecida. e enquanto isso o país asfixiado estrangulado e o banditismo  oficial mata em nome de deus dos bons costumes do agronegócio da tradição família e propriedade. até quando?

 

Artur Gomes

www.fulinaimargem.blogspot.com

#quemmandoumatarmarielle?


 Marielle Franco

 

o povo a ressuscitará

e ela virá cuspir na cara

do vizinho do assassino

que mandou matá-la

 

Rúbia Querubim

www.personasarturianas.blogspot.com

A CarNAvalha em

são luis do paraitinga

 

certa vez foi ao carnaval

de são luis do paraitinga

queria conhecer o povo caiçara

ver os folguedos de artifícios

no jogo do baralho

do batman com o coringa

mas o dilúvio nos aterrou na estrada

só chegamos em profunda madrugada

nem ás de copas

muito menos ás espadas

em nossa bagagem só cerveja

era o que restava

no culler da Federika

a mulher mais rica do bordel

da boemia

muito mais até que a Diva

a maior puta do país

o curral das éguas da planície

montanhosa em são luis

na madrugada iluminada

 

e como se diz lá nas quebradas

 

agora não se fala mais

agora não se fala nada

 

Federico Baudelaire

Subversão PoÉtica

www.personasarturianas.blogspot.com

canção de um realejo solitário

para Artur Fulinaíma

 

“ainda tenho o teu perfume

pela casa

ainda tem você na sala

porque meu o coração dispara

quando sinto teu cheiro

dentro de um  livro

dentro da noite veloz”

 

meu coração dispara

quando abro a porta

e não te vejo

na vertigem do dia

canção de um realejo solitário

quando não te beijo

eu imenso mar sozinha

como um peixe afogado em águas

de delírio e sal

 

Rúbia Querubim

Obs.: versos entre aspas Adriana Calcanhoto que me acompanhou ontem a noite inteira em minha solidão

www.personasarturianas.blogspot.com

 descaminhos

para Rúbia Querubim

 

quando te procuro

e  não encontro

ando tanto tanto tanto

chego a gastar os tutanos

nos descaminhos

desse enredo

 

mas por enquanto

vou te amar assim

em segredo

 

Artur Fulinaíma

www.personasarturianas.blogspot.com

Esfinge

 

o amor 

não é apenas um nome 

que anda por sobre a pele 

um dia falo letra por letra 

no outro calo fome por fome 

é que a pele do teu nome 

consome a flor da minha pele 

 

cravado espinho na chaga 

como marca cicatriz 

eu sou ator ela esfinge: 

Clarice/Beatriz: 

 

assim vivemos cantando 
fingindo que somos decentes 
para esconder o sagrado 
em nossos profanos segredos 
se um dia falta coragem 
a noite sobra do medo 

é que na sombra da tatuagem 
sinal enfim permanente 
ficou pregando uma peça 
em nosso passado presente 

o nome tem seus mistérios que 
se escondem sob panos 
o sol é claro quando não chove 
o sal é bom quando de leve 
para adoçar desenganos 
na língua na boca na neve 

o mar que vai e vem não tem volta 
o amor é a coisa mais torta 
que mora lá dentro de mim 
teu céu da boca é a porta 

onde o poema não tem fim 

 

Artur Gomes

do livro Juras Secretas

Editora Penalux 2018

www.secretasjuras.blogspot.com

 

Musicado pelo músico carioca Rodrigo Bittencourt e gravado pela cantora gaúcha  Dani Rauen

CD Qualquer Lá – 2011

clic no link para ouvir

https://www.youtube.com/watch?v=NyTPLxy4QAo

carne viva língua nua

 

carne viva língua nua

branca crua alva como lua

canevale

   carnavalha

        carnaval

corpo a(teu)

vendaval que zeus nos deu

 

“é preciso estar atento e forte

não temos tempo de temer a morte”

 

também não sou cristão

como esses que se dizem

donos dos bons costumes

desse gigante adormecido

 

morto-vivo mesmo antes de parido

 

carolinas tive tantas

 por estas tortuosas ruas

 

mas nenhuma delas

com a língua tão viva como a tua

 

Federico Baudelaire

www.coletivomacunaimadecultura.blogspot.com



quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Artur Gomes 77

 poema para o povo

 em tempo de abertura

 

quando você descobrir

que no meu quarto moram

exilados e subversivos,

perceberá o perigo

de dormir comigo

numa cama fria de uma Frei Caneca

ou se mandar de vez

para a esquerda de Jesus!

 

quando das grades,

paredes e muros

descobrir amor,

o povo estará liberto

e poderá seguir: Fidel

Guevara Pabblo Neruda ou

Luther King

 

- sem precisar pedir esmola –

 

basta lembrar

que o aborto

da manhã perdida

é uma menina-nua

in-consciente e tesa

 

e para o que já foi deposto:

mais vale o céu

a estrela

o mar,

que o punhal ou sabre,

ou mesmo a bomba sábia

que de uma vez arrasa

mas não basta por si só

 

pois se os sinais dos templos

ainda não ruíram

é porque alguma coisa ainda existe

por detrás das crenças

ou mesmo desse Deus

em quem acreditamos

 

e para o que foi detido:

mais vale a terra

o trigo

o grão

 

que a navalha ou corda –

que amarra

prende

e corta

mas não basta

 

não reforça

e nem destrói

tudo de uma vez

 

- porque renasce e continua ...

 

e para a morte :

não é preciso golpes

       nem estrelas

       nem estradas

 

e para o povo

não é preciso o golpe

         nem promessas

         nem palavras

 

é preciso pão

 

Artur Gomes

na coletânea Ato 5

Coleção UNIVERSO

 Campos dos Goytacazes-RJ – 1979

 

Obs.: este poema foi o vencedor do III Festival de Poesia Falada de Campos, na época realizado pelo Departamento Municipal de Cultura, que tinha em sua direção o saudoso poeta e jornalista Prata Tavares

Em 1980 fui levado por Osório Peixoto, para participar  da Semana de Cultura no  SESC da Tijuca, que era coordenado pelo professor  Ivan Cavalcanti Proença. Quando no palco, terminei de falar este poema, fui conduzido para uma sala, por um soldado da PF para um interrogatório que durou mais ou menos umas 6 horas. Só fui liberado na madrugada quase ao raiar de um novo dia depois daquela noite escura. Tinha uma namorada na época, de nome Maria Helena, estudante do Colégio Benetti, onde Ivan Proença era o responsável pela cadeira de cultura popular, e a noite me levou para um bate papo com sua turma sobre O Boi-Pintadinho, livro que havia acabado de lançar.

 

canção de amor por um pedaço de LatinoAmérica

                                                em parceria com Kapi

 

ao ver-te assim Nicarágua

em migalhas

mutilada –

quisera dar-te um leito

um prato

um peito

 

quisera ter-te

dentro dos poemas

fora das calçadas

fora dos caixotes

quisera como gente

 

quisera dar-te tanto

amanhecer de esperanças

sem fantasmas

sem trincheiras

quisera ter-te agora

ao redor da minha mesa

ver e ter teus passos

a caminho de resgates

que não fossem incertezas

 

quisera dar-te em sangue

tudo o que não comes

pois só pode saciar-te

em pratos que não são teus

pois os teus, eu sei

são restos

de rostos transfigurados

e sombras e madrugadas

e mortos em estilhaços

todos velados sem lençóis

 

quisera dar-te

qualquer coisa, amiga!

e que fosse fogo, força

e fé com finalidade

de estancar o que for preciso

e re-forçar os essenciais

 

quisera dar-te

uma estrada estreita

imensamente escassa

de rajadas e execuções

completamente ampla

de mentes novas

e humanas definições

 

quisera dar-te em sonhos

o que tiveste m pesadelo...

 

e plantar sobre o teu solo

outra América Central

com uma dose dupla

de antídotos capazes

contra as garras da discórdia

que se instalou sob os teus pés

 

e não seria preciso

que necessariamente fosse

uma estrada comprida

uma bonita estrada

caminho ao infinito

mas justamente fosse

uma humana estrada

para amparar-te agora

 

quisera dar-te um atalho

que fosse teu agasalho

para o refúgio dos homens

de todo pavor e medo

 

mas é possível que ainda

um mundo novo estabeleça

e estou quase certo

que ele por ti re-nasça

 

e aí então esta estrada

será possível entregar-te

com girassóis nas janelas

sem tanques

sem estilhaços

 

apenas humanas janelas

de corações

pernas

e braços

 

para proclamar o amor presente

e o ponto final da ditadura

amanhecer à luz do sol

e somente re-nascer

essa luz de liberdade

 

PONTAL

(a Ana Augusta Rodrigues)

 

aqui

onde rio e mar

se beijam

aqui no fim do mundo

onde terra e céu

se abraçam

num ato sexual

 

aqui

no fim do dia

um barco preso na corda

um peixe preso no anzol

a terra varrida ao vento

casas varridas ao temporal

 

aqui

no mesmo teto

pássaros sobre os calcanhares

homens sobre os girassóis

onde rio e mar se beijam

re-nascem nossos filhos

quando terra e céu

se abraçam

sem ter nem mãe nem pais

 

onde o seu refúgio

é nu meu peito aflito

e a minha solidão

nuteu corpo é

                       paz

 

Ai-5

(a todo homem que faz

do teu suor o nosso pão

de cada dia)

 

falo como se fôssemos

animais sem pastos

fartos de dor

famintos de ilusões

 

como se fôssemos

fantasias já usadas

gastas

e sem aproveitamento

em outros carnavais

 

como se fôssemos

a febre que não mata

o ódio que não falta

em cada quarto ou corpo

como armação tombada

favela por assalto tomada

de enchente de polícia e marginais

 

falo como se fôssemos

a grande queda

e o re-construir dos passos

após raízes descobertas

e um retomar de vozes

e palavras

encobertas por punhais

de um mesmo assassinato

 

como se fôssemos

500 mil barrigas

grávidas de fome

 

falo como se fôssemos

a vontade prenhe nos pulsos

e o nó cego na garganta

a corda em cada esperança

e um farejar de becos

com ratos, sem saídas

 

como se avistasse o mar

mesmo cravado em terra

como se fosse o céu

poeira pó e chão

como se ver morrer Maria

fosse nos matar de alucinação

 

falo como se fôssemos

apenas morte –

suave-mente

como se não passássemos

de apenas mundo

e através do parto

não nascesse o homem

mas gerasse o medo

 

falo como se tudo ou nada

não fosse...

ficasse

eternidade não existisse

prevalecesse

e a farejar os becos

não estivessem ratos

mas o próprio século

 

falo da favela onde nós moramos

como se não fôssemos, mas éramos

quando Maria-amiga não morreu de susto

mas morreu de tédio, nessa cidade inteira

onde nós vivemos como se não éramos

mas fôssemos uma família à mínguas

a so-correr dos custos e se perder dos gestos

sem poder conter ou controlar no peito

a invasão de asfalto em nosso mesmo sangue

 

falo como se a porta dos seus olhos

fosse o ventre desse sol

como se o céu da sua boca

fosse sinal de nossa vida

e não existissem entradas

nem fosse preciso saídas

e não houvesse tantos cortes

tem tantas almas feridas

 

como se abrir fosse fechar

como se chorar fosse sorrir

como se matar não fosse morrer

como se crescer não fosse matar

 

como se a pessoa encantada

levasse o povo no dorso

para um país consciente

e não houvesse paredes

grades – prisões ou muros

e um Jesus de carne e osso

sangrasse em pão sobre o presente

e abrisse em portas pro futuro

 

quanto ao poema sujo

que a nossa vida escreve

pode gerar a flor

dentro esse mesmo pântano

como se fosse escuridão

a doce e plena claridade

 

obs.:  Em 1977 no livro Além da Mesa Posta, em um texto escrito por Orávio de Campos Soares, ele profetiza que, até então, minha poesia mística simbolista, ainda iria se debruçar sobre o social, o político. Nos poemas dessa coletânea Ato 5 publicada em 1979, começo a dar os primeiros passos nesse sentido. Em 1978 no poema Canta Cidade Canta, vencedor do II Festival de Poesia Falada de Campos, acredito que esta meta já estava traçada  de forma  talvez, até, inconscientemente, porque sempre gostei de afirmar que em mim, a poesia, nasce do impulso, flui, sem muito planejamento, é fruto do instante, do Estado de Poesia. Em 1980, com o Boi-Pintadinho, a profecia do Orávio se concretiza,  pois nele a minha voz poética está totalmente afiada para cantar os horrores das nuvens de chumbo que pairou sobre o Brasil de 1964 a 1985, e que, infelizmente, estamos novamente com elas sobre nossas cabeças.


27 de agosto
com muito gosto
fazer setenta e sete
outra coisa me disse
fulinaíma
pra definir o que faço
o traço a cada compasso
pensado sentido vivido
estando inteiro
não par/ti/do
a língua ainda
entre/dentes
a faca
ainda mais afiada
a carNAvalha in/decente
escre/v(l)er
é tudo o que posso
pra desafinar os contentes
desempatar de/repente
o jogo dos reles bandidos
é tudo o que tenho feito
por mais que tenha sofrido
nas unhas dos dedos
nos nervos
na carnadura dos ossos

Artur Gomes

Hoje Balbúrdia PoÉtica especial
no Carioca Bar - Rua Francisca Carvalho de Azevedo, 17
Parque São Caetano - Campos dos Goytacazes-RJ
Espero vocês lá, a partir das 18h

leia mais no blog
Artur Fulinaimagens
https://fulinaimargens.blogspot.com/


Por Onde Andará Macunaíma?

MACUCO   quando cheguei por aqui só vi aipim abacaxi não entendi a palavra pássaro pássara passado passará o tempo passa e não...