MACUCO
quando cheguei por aqui
só vi aipim abacaxi
não entendi a palavra pássaro
pássara passado passará
o tempo passa
e não entendia a lentidão
das pessoas
que não entendem poesia
e ainda não entendo
o corpo que pensa
só cabeça tronco membros
o corpo passa o corpo dança o corpo anda
mas no Macuco não pensa
no Macuco não dança
e eu que venho de longe
dos desejos imortais do serAfim
eu me pergunto:
qual o desejo qual o sentido de um povo ser assim?
obs.: na foto não é um macuco, porque aqui está em extinção, é
uma garça na boca lutando pela sobrevivência, para também não entrar na lista
dos pássaros em extinção.
Artur Gomes
Fulinaíma MultiProjetos
fulinaima@gmail.com
(22)99815-1268 – whatsapp
@fulinaima @artur.gumes – instagram
ando por São Paulo meio Araraquara
a pele índia do meu corpo
concha de sangue em tua veia
sangrada ao sol na carne clara
juntei meu goytacá teu guarani
tupy or not tupy
não foi a língua que ouvi
em tua boca caiçara
para falar para lamber para lembrar
da sua língua arco íris litoral
como colar de uiara
é que eu choro como a chuva curuminha
mineral da mais profunda
lágrima que mãe chorara
para roçar para provar para tocar
na sua pele urucum de carne e osso
a minha língua tara
sonha cumer do teu almoço
e ainda como um doido curuminha
a lamber o chão que restou da Guanabara
Artur Gomes
livro Juras Secretas
Editora Penalux 2018
Musicado e gravado por Naiman no CD Fulinaíma Sax Blues Poesia (2022)
Na minha voz integra a Mostra Virtual de vídeopoemas do Projeto Bossa Criativa – Arte de Toda Gente – FUNARTE Rio – 2021 – curadoria de Tchello d´Barros
Remix Fulinaímico
o vôo
de Heras
EvoEros
enquanto espero
outras Eras
primasVeras nesse quase verão/inverno
que me tire desse purgatório
nó da gravata
quase mesmo inferno
nos abismos desse terno
recortado por Gamboa
mas não sou Pessoa
dessa pedra Itabira
esse pó quase me pira
muritiba muquirana
Itabapoana não me engana
Macunaína ainda vive
nas favelas de Copacabana
Federico Baudelaire
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Drummundana Itabirina
essa dica não é minha
dia 11 de outubro
a Nação Goytacá
vai Balburdiar
na CasAmarÉlinha
V(l)er mais no blog
jogo de dadaísta
não sou iluminista/nem pretender
eu quero o cravo e a rosa
cumer o verso e a prosa
devorar a lírica a métrica
a carne da musa
seja branca/negra
amar/ela vermelha verde
ou cafusa
eu sou do mato curupira carrapato
eu sou da febre sou dos ossos
sou da lira do delírio
e virgílio é o meu sócio
pernambuco amaralina
vida leve ou sempre/vida severina
sendo mulher ou só menina
que sendo santa prostituta
ou cafetina
devorar é minha sina
profanar é o meu negócio
Artur Gomes
Juras Secretas
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https://secretasjuras.blogspot.com/
clique no link para v(l)er o vídeo filmado em Gargaú por Letícia Rcha com trilha sonora de Fil Buc
https://www.youtube.com/watch?v=szABRGqMqH8&t=10s
No próximo vinte e dois deste setembro dois mil e vinte e cinco finco os olhos na tela do ArteCult.com para v(l)er por onde andará Macunaíma?, coluna assinada pelo “bardo da cacomanga”. E por onde andará Macunaíma? Pelo polo sul ou norte? Ainda andará nos traços a lápis de José César Castro, o fógrafo/desenhista que não é casto? Talvez com um pouco de sorte nos encontremos com ele naquela preguiça boa, escre/vivendo/falando poesia pelo litoral de São Francisco onde Itabapoana agora é pedra que voa.
Artur Gomes (Campos dos Goytacazes-RJ, 1948) é poeta, ator, produtor cultural e vídeo maker, com mais de cinco décadas de intensa atuação nas artes. Criador de projetos que marcaram a cena literária e audiovisual brasileira, como o FestCampos de Poesia Falada e a Mostra Visual de Poesia Brasileira, Artur construiu uma trajetória que une poesia, performance e experimentação multimídia.
Em 2019, lançou o Sarau Balbúrdia PoÉtica, que se tornou um espaço vibrante de celebração da poesia falada e da performance, circulando por cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Cabo Frio e Campos dos Goytacazes. O projeto já realizou onze edições, incluindo participações em eventos de grande destaque, como a Bienal do Livro de Campos, e contou com apoio de instituições culturais e do portal ArteCult.com
Autor de mais de 15 livros publicados, entre eles Juras Secretas (2018), Pátria A(r)mada (2019, Prêmio Oswald de Andrade/UBE-Rio) e O Homem Com a Flor na Boca (2023), e Itabapoana Pedra Pássaro Poema (2025). Artur segue produzindo intensamente e difundindo a literatura contemporânea. Mantém o blog Nação Goytacá, https://arturgumes.blogspot.com/
onde reúne a série TransPoÉticas – Coletânea de Poetas Vivos, reafirmando seu papel como articulador cultural e voz ativa da poesia brasileira.
Fulinaíma MultiProjetos
22 99815-1268 – zap
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